sexta-feira, 15 de maio de 2015

Nível do mar está aumentando mais rapidamente, diz estudo

A elevação do nível do mar em todo o mundo acelerou ao longo da última década, ao contrário do que indicavam estimativas anteriores – é o que aponta um estudo publicado nesta segunda-feira (11) pela revista “Nature Climate Change”.
Estudos precedentes baseados em dados de satélite mostraram que a alta do nível dos oceanos nos últimos dez anos tinha desacelerado com relação à década anterior.
Mas eles não incluíam possíveis imprecisões dos instrumentos utilizados, que não levavam em conta especialmente o movimento vertical da Terra para o cálculo do nível do mar.
O movimento vertical da Terra é um movimento ascendente natural da superfície terrestre, o que pode ocorrer, por exemplo, durante tremores ou acomodação de terra.
A equipe liderada pelo pesquisador Christopher Watson, da Universidade da Tasmânia (Austrália), tem trabalhado para identificar e corrigir imprecisões das medições por satélite.
Para isso, os pesquisadores combinaram as medições do movimento vertical da Terra realizadas por GPS com dados fornecidos por hora por uma rede maior de marégrafos, instalados nos oceanos do mundo.
Segundo os pesquisadores, entre 1993 e meados de 2014, o aumento global do nível do mar foi menor do que o estimado anteriormente, de 2,6-2,9 milímetros por ano, com uma margem de erro de mais ou menos 0,4 milímetros, e não de 3,2 milímetros.
Dos seis primeiros anos deste período (1993-1999), os pesquisadores revisaram a redução das estimativas de 0,9 para 1,5 milímetros ao ano.
No entanto, de acordo com eles, o aumento tem se acelerado desde a virada do século.
Segundo os autores do estudo, esta “aceleração é maior do que a observada (na década anterior), mas está de acordo com a aceleração causada pelo derretimento das calotas polares na Groenlândia e no Atlântico ocidental durante este período, assim como as previsões do IPCC”.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o nível global do mar subiu 19 centímetros entre 1901 e 2010, uma média de 1,7 milímetros por ano.
O IPCC prevê um aumento do nível do mar de 26 a 82 centímetros até 2100 em comparação com o final do século 20. (Fonte: G1)

sábado, 2 de maio de 2015

Mudanças climáticas ameaçam extinguir 1 em 6 espécies

Uma em cada seis espécies pode ser extinta se nada for feito para reverter mudanças climáticas, de acordo com analistas.
Se as emissões de carbono continuarem no ritmo atual e as temperaturas subirem 4 graus até 2100, 16% dos animais e vegetais se perderão, segundo a pesquisa.
O estudo, publicado na revista científica Science, mostra que os riscos são maiores na América do Sul, Austrália e Nova Zelândia.
Mark Urban, da Universidade de Connecticut, nos EUA, analisou dados de 131 estudos específicos sobre risco de extinção devido à mudança climática.
Alguns deles haviam sugerido que as mudanças climáticas poderiam afetar até 54% das espécies – outros diziam que quase nenhuma seria afetada.
Urban descobriu que, a cada grau que a temperatura aumenta, a taxa de perda de biodiversidade acelera.
Se as temperaturas subirem 2 graus no futuro em comparação com o período pré-industrial, o risco de extinção global vai subir dos 2,8% atuais para 5,2%.
“Se o mundo não se unir e controlar as emissões de gases de efeito estufa e nós permitirmos que a Terra se aqueça consideravelmente, vamos enfrentar uma perda potencial de uma em cada seis espécies”, disse Urban.
“Muitas espécies serão capazes de mudar seu habitat e se adaptar às alterações climáticas, mas outras não conseguirão, porque seu habitat desapareceu ou porque não podem mais chegar a ele.”
Habitats únicos – Os riscos de extinção mais elevados estão previstos para a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul, onde há muitas espécies adaptadas a habitats que não existem em outros lugares.
Comentando a pesquisa, o professor John J. Wiens, da Universidade do Arizona, disse que o risco de extinção devido a alterações climáticas pode ser ainda maior do que 16%, já que a maioria dos estudos analisados foram da Europa e América do Norte, onde os riscos de extinção são menores.
“Na América do Sul, o risco de extinção foi estimado em 23%”, disse ele.
“Infelizmente, esse número mais elevado pode refletir melhor o número de espécies que podem ser extintas devido às alterações climáticas em um nível global, se considerarmos a forma como as espécies do mundo são distribuídas.”
Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF-UK, disse que as descobertas ecoam seu relatório Planeta Vivo, que constatou que populações de espécies de vertebrados caíram pela metade desde 1970.
“Este relatório olha para a frente e descobre que muitas espécies estão ameaçadas de extinção se não formos capazes de combater as alterações climáticas.” (Fonte: G1)