segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

China: 20 lagos desaparecem por ano por ação humana

Os lagos naturais cobrem uma superfície de 83 mil km² na China e possuem um papel importante no equilíbrio ecológico, no controle das enchentes e na redução da seca. A mudança climática que o planeta enfrenta trouxe grandes desafios: a qualidade da água se deteriora pela atividade humana, os sedimentos se acumulam, a extensão das terras úmidas diminui e os animais aquáticos sobrevivem com dificuldade.

“A capacidade dos lagos para controlar as enchentes e amenizar a seca foi afetada”, afirma o documento apresentado no fórum. O ministro de Recursos Hídricos da China, Chen Lei, comprometeu-se a aumentar o investimento governamental na proteção dos lagos durante o fórum, do qual participaram durante o fim de semana cerca de 800 especialistas e funcionários públicos. (Fonte: Portal Terra)

Mudança no Código Florestal é ‘retrocesso’, diz MPF

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou parecer em que avalia as mudanças no Código Florestal como “retrocesso” à preservação do meio ambiente no Brasil. A análise do texto, elaborado pelo relator do novo Código Florestal, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), foi feita por dois peritos em engenharia florestal a pedido da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que cuida de questões ambientais.

“[O novo Código] admite que a Reserva Legal de pequenas propriedades seja composta apenas pela vegetação remanescente, anistiando a recuperação das áreas degradadas”, afirma o documento.

De acordo com o documento do MPF, em vez obrigar desmatadores a recuperar as terras degradas, o novo Código propõe a recuperação apenas com vegetação remanescente. Para os peritos do MPF, essa medida acabaria com a obrigação de recuperar essas áreas de preservação.

O Código Florestal é a legislação que trata sobre a preservação ambiental em propriedades rurais.

Além disso, o parecer alerta para o risco das mudanças envolvendo a reserva legal. O novo código prevê a soma dessas áreas de reserva com as Áreas de Preservação Permanente (APPs), que são os locais mais frágeis, como beira de rios, topos de morros e encostas, onde a vegetação original deve ser protegida.

“A área de reserva legal que deixará de ser recomposta será correspondente a 3,2 módulos fiscais para imóveis situados em área de florestas na Amazônia Legal, dois módulos fiscais para imóveis situados em área de cerrado na Amazônia Legal e de 0,8 módulo fiscal para imóveis situados em área de cerrado na Amazônia Legal e em todas as formações e regiões do país, o que reduz a extensão de área protegida”, afirmam os peritos no documento.

O parecer critica ainda a retirada ou redução de proteção de dunas, manguezais, várzeas e topos de morros. Além disso, segundo o documento, a substituição da palavra “preservada” por “conservada” no conceito de Áreas de Preservação Permanente (APPs) pode ser um risco para o meio ambiente.

“Enquanto a preservação pressupõe a não-utilização, a conservação pressupõe o uso racional. A preservação é mais rigorosa, portanto”, afirma o documento do MPF. (Fonte: Débora Santos/ G1)

PF indicia Chevron e mais 17 por vazamento de óleo na bacia de Campos

A Polícia Federal indiciou a Chevron e a Transocean e mais 17 executivos das duas empresas pelo vazamento de óleo no campo de Frade, bacia de Campos, em novembro. Entre os indiciados está o presidente da Chevron no Brasil, George Buck.

Em seu relatório, encaminhado ao Ministério Público Federal, o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), da PF, no Rio, afirma que as empresas usaram “práticas temerárias” e causaram danos ambientais, além de sonegar informações aos investigadores e entregar documentos falsos à polícia.

“Tenho total convicção de que a política institucional da empresa é temerária e leviana na perfuração de poços de petróleo no Brasil. Por isso, a responsabilização dos executivos”, disse Scliar à Folha.

A Chevron disse que a decisão “não tem mérito”. A Transocean informou que vai avaliar o relatório. A primeira tem a concessão de exploração do campo; a segunda operava a sonda que perfurava o poço que vazou.

Segundo o delegado Fabio Scliar, houve problemas na técnica utilizada na perfuração no campo de Frade. No caso que originou o vazamento, por exemplo, as empresas utilizaram, na retirada do petróleo, pressão maior do que as rochas suportavam.

O delegado informou ainda haver estudo de impacto ambiental feito pela própria Chevron em que a empresa previa que um vazamento de óleo no campo causaria danos à flora e à fauna.

“No estudo, a própria Chevron relata que um vazamento iria interferir na cadeia alimentar de peixes maiores e, consequentemente, até câncer em seres humanos.”

Laudos do Ibama e do oceanógrafo David Zee, anexados ao inquérito, são usados para comprovar que o vazamento causou danos.

Segundo o relatório, até ontem teriam vazado de 2.500 a 3.000 barris de óleo cru.

Outro lado - Em nota, a Chevron Brasil afirmou que a decisão da Polícia Federal de indiciar a empresa e seus empregados “não tem mérito”.

Segundo a companhia, quando os fatos forem totalmente examinados, ficará claro que a petroleira respondeu de “forma apropriada e responsável” ao vazamento.

“Iremos defender vigorosamente a companhia e seus empregados”, afirmou a empresa na nota.

A Transocean, por sua vez, informou estar ciente do relatório e que vai avaliá-lo.

A empresa que operava a sonda que perfurava o poço que vazou reiterou que vai seguir “cooperando com as autoridades brasileiras”.

O vazamento – O acidente da Chevron ocorreu em 7 de novembro, após a empresa usar densidade de lama e pressão maiores que o adequado para tentar conter a invasão do óleo no poço. Isso provocou a ruptura de rochas e liberou o óleo para a superfície, admitiu a própria companhia na época, após ter afirmado que o problema havia ocorrido por uma falha na geologia local.

A empresa demorou a avisar a ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre o acidente, alertada em primeiro momento pela Petrobras, que opera uma plataforma perto de Frade.

A Chevron foi multada pelo Ibama em R$ 50 milhões. A ANP ainda não definiu a multa que será aplicada. No momento, a Chevron coloca o terceiro tampão de cimento para vedar o poço. (Fonte: Marco Antônio Martins/ Folha.com)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Emissão de gases estufa cresceu 49% desde 1990, afirma estudo

As emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de combustíveis fósseis cresceram 49% nas últimas duas décadas, de acordo com dados mais recentes de uma equipe internacional que inclui pesquisadores do Centro Tyndall de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas, da Universidade de East Anglia (UEA), de Londres.

O estudo, publicado neste domingo (4) no jornal “Nature Climate Change”, aponta que as emissões provenientes de combustíveis fósseis aumentaram ainda 5,9% em 2010, por conta da recuperação da economia mundial, afetada entre 2008 e 2009 pela crise financeira.

De acordo com o relatório, entre 2000 e 2010 a média anual de emissões cresceu 3,1% na comparação com o período da década de 1990. Além disso, o envio de gases de efeito estufa em 2010 foi de 10 bilhões de toneladas de carbono, sendo que metade deles permaneceu na atmosfera.

Estados Unidos, China, Índia, Rússia e União Europeia foram os principais países que emitiram gases, segundo o artigo.

“As emissões globais de CO2 desde 2000 estão ultrapassando o limite imposto pelas projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Isso excede, de longe, os dois graus de elevação da temperatura da Terra até 2100”, afirma Corinne Le Quéré, coordenadora da pesquisa. Segundo ela, é necessário tomar providências urgentes para inverter as tendências atuais. (Fonte: Globo Natureza)